terça-feira, 17 de agosto de 2010

Angústia


Minha alma tem o peso do mundo! Não reclamo das escolhas dos meus caminhos, embora também não procure explicações para os mesmos. O destino me trouxe até aqui e, de uma forma ou de outra continuo sendo o que sou, um pouco mais lapidado talvez, ou quem sabe um pouco mais entristecido.
Amo a vida, e com certeza, ter medo de perdê-la, é valorizá-la! Não por esperança que ela venha a melhorar, por que quem vive de esperança, esquecesse do presente! Valorizo-a, pelo simples fato, de achar magnífico o frio que entra pela janela do carro em uma manhã nublada, trazendo consigo o cheiro de mato, o cheiro de tudo que está vivo ao redor; Valorizo-a ainda mais, por poder olhar o sorriso daquela menininha da esquina, de apenas sete anos, que se encanta com tudo, e mesmo em meio a toda escuridão que o mundo se torna, ainda consegue criar um ponto brilhante.
Nossa não consigo deixar de me encantar com a vida, me entristece a certeza, de que tem dias que simplesmente quero apreciá-la, mas não consigo sair do lugar. Meu peito dói, dói de verdade! Será que estou ficando louco? Não quero morrer, mas também não sei mais a medida exata do tempero da vida! Odeio ficar assim, estar assim, odeio chorar, e eu choro, choro muito! Tomo remédios para dormir, na esperança que pela manhã eu acorde cercado de ilusões maravilhosas, que não se vão com o cair da noite.
Gostava tanto da noite e dos finais de semana, mas hoje os temo, tenho medo da solidão que trazem consigo! Meu Deus, estou ficando louco? Espero que não! Eu só quero me libertar, me sentir feliz e completo, ou então correr... correr... correr! Mas, poderia correr a vida inteira, mas se eu não soubesse que direção seguir, o que buscar e o que deixar para trás, pouco adiantaria!
Preciso de Magia! Aquela magia dos circos, velhas ilusões que encantam! A magia de Ouspensky, Gurdjieff, Jesus Cristo, Chico Xavier, Dalai Lama, Eliphas Levi, Samael, Papus, Einstein e, muitos outros que poderia citar! O que eles encontraram? O que eles descobriram acerca da vida e da morte? Também quero saber! Quero voltar a estar vivo e não somente viver.


"Quando a morte cerrar meus olhos duros - Duros de tantos vãos padecimentos, Que pensarão teus peitos imaturos Da minha dor de todos os momentos? Vejo-te agora alheia, e tão distante: Mais que distante - isenta. E bem prevejo, Desde já bem prevejo o exato instante Em que de outro será não teu desejo, Que o não terás, porém teu abandono, Tua nudez! Um dia hei de ir embora Adormecer no derradeiro sono. Um dia chorarás... Que importa? Chora. Então eu sentirei muito mais perto De mim feliz, teu coração incerto".