Eu crio! Por que criar é como ter um filho, dar vida aos
sonhos que gotejam no papel, colorir as sombras.
Minha caneta é meu par, e valsa comigo pelo salão da
escrita.
Gosto de sentir,
gosto de me emocionar, gosto da poesia onde observar através das letras
a beleza que os olhos do escritor captaram.
Eu não vejo muita cor nos meus dias, e o meu medo é que
minha vida se torne cinza e opaca como a maioria deles.
Gosto de flores, gosto de cores, gosto de amores: eros,
ágape e philos.
Já me falaram sobre miséria humana... Já vi a miséria
humana... E sinceramente, desejei do fundo do coração não acreditar que esta pudesse
existir, mas ela existe e é pior do que se pode precisar.
Teorizá-la é muito simples, muito fácil, e talvez até
ilusório... Mas eu sei o que são as pessoas, só não entendo por que assim o
são. Talvez esteja enganado, e não entenda as pessoas. Talvez eu entenda a
miséria, e o que entristece é fita-la nos olhos, e ver o reflexo do mundo.
Queria não entender muitas coisas, não ver muitas coisas, não
sei se compreendê-las me faria melhor ou pior, por que ser feliz é não saber.
Mas ainda há alegria, ainda há sol, ainda há estrelas,
perfumes, cores, e felicidade... e pouco me basta para vê-los, tê-los e
senti-los.