sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Uma canção desesperada

A visão humana é limitada diante do silêncio quase enlouquecedor de um Deus inerte. Estaria ele espantado com a capacidade de sua criação? Envergonhado diante de tantos estragos e falta de austeridade que o homem a cada dia demonstra ainda mais ter?
Mais uma vez a resposta é o silêncio!
Às vezes as pessoas sentem uma micro ponta de alegria inexplicável autogênese, a qual denominam de presença de algo superior, elevado, que se aproxima de um ser cujo destino é a esperança eterna em algo que também o espera. Contudo, me parecem mais jogos psicológicos para os quais somos pré-programados para sentir no momento em que estamos quase desistindo da luta.
Não digo que não acredito nesta energia cósmica superior, só não a compreendo muito bem de forma racional, todavia o livro dos Espíritos vem apaziguar minha inquietação dizendo que explicação de Deus está aquém inclusive dos próprios espíritos, restando àqueles que ousarem a enveredar por tais caminhos, a loucura! Então, ficarei louco... serei louco... Por que o mundo não precisa de mais silêncio e nem provas de fogo para testar nossa fé. Precisamos de uma certeza pela qual justifique o sofrimento e nossa continuidade nos caminhos do bem.
Heresia? Temo heresias. Querem me proibir de pensar, querem amarar minha fome por respostas sob pretextos de tentações demoníacas e pecados mortais. Até onde sei, não fui eu quem construiu uma bomba atômica ou dei ordens de massacres e disseminações humanas pelo mundo a fora. Então me responda por que Deus me puniria por brigar com “ele”, por manda-lo ir se ferrar quando algo que eu aspirava não sai como pretendia. Este pecado é maior do que menosprezar a vida, do que desrespeitar o próximo e cobrar seu sangue pelo caminho da paz?
Eu também espero uma vida eterna, que toda essa mágica de espírito imortal plantada em nossa mente seja verdade. Mas acontece que toda a arquitetura de valores e crenças sobre a qual foi estruturada a vida na terra, parece tão bem manipulada de maneira a fazer prevalecer um determinado grupo, classe social ou casta, que no fim me sinto descrente que Deus seria tão bom ao ponto de criar os homens e não ser criado por eles.
Que ele possa me perdoar por minhas tristezas com seu mundo, suas desigualdades e sofrimentos. Que não me puna por às vezes segurar com um dedo nesse fio de cabelo de esperança. Que tenha misericórdia de todas as pessoas que tiraram a própria a vida e brinde-os com a real continuidade do pós-morte, por que embora sofram a reação ocasionada por tal atitude, ainda poderão contar com a certeza de recomeçar. (Pra você Alexandre – Chorão -, essa parte) 

“Eu espero como você espera um disco voador.” 



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